uma nuvem
Meu medo estava nele, porque ele era eterno, ele era eterno em todos os sentidos, eu voei para longe dele, e girei em torno dele, ele não se importou mais, como uma muda de manjericão que veio do absurdo. Eu adorava o cacto porque era tão solitário e vazio, eu não sabia que poderia conter tantas plantas ao lado dele. Meu medo estava preso nele e eu ainda não queria escapar.
Eu estava voando e pousei em suas mãos como uma pomba.
Gosto de me agarrar a ele como uma garotinha que se agarra ao pai apesar da raiva dele porque esqueceu de comer. Eu amo como ele me conta histórias estranhas, e como ele me torna algo invisível e intangível.
Quando ele vem, o tempo evapora como se não fosse. Eu amo como me tornei quem eu sou, com ele. Onde não somos mais uma única nuvem, somos uma nuvem.